Há duas edições anteriores falamos sobre um pequeno grupo que se reunia para criar a Associação de Brasileira Veículos elétricos. Na ocasião, conhecemos o Sr. Aureliano, proprietário de um BMW i3 o único 100 % de tração elétrica (mas que, opcionalmente, pode vir com motor a gasolina no porta-malas para servir como gerador). Além de não ter mais para vender, o preço elevado, custando cerca de R$ 160 mil impede que o nobre mortal possa ter um e ajude o meio ambiente.
E como se fosse um comercial poderíamos dizer: ‘Seus problemas acabaram!’
Agora o i3 tem a companhia de outros dois representantes conectados na tomada: o e.coTech2 e o e.coTech4. Os nomes soam estranhos mesmo para quem acompanha os movimentos da indústria automotiva. Trata-se de veículos feitos na China e que têm como porta de entrada no Brasil uma empresa paranaense, de Pinhais, na Grande Curitiba.
Os carros tem uma pinta não, uma ‘mancha’ com cara de carrinho de golfe.
A Hitech Electric (www.hitech-e.com.br) começa a vender os veículos por valores bastantes chamativos para um automóvel elétrico: R$ 44.890 (e.coTech2) e R$ 49.890 (e.coTech4). A dupla não chega só. Há ainda dois modelos de caminhão leve elétrico, o e.coCargo (R$ 56.990) e o e.coTruck (R$ 59.990) que começam a ser apresentados esse mês.
Os modelos são desenvolvidos pelo grupo Aoxin New Energy, uma estatal que é a principal fornecedora de caminhões da China.
O brasileiro olha muito para estética e se for pensar assim, não vai ter nenhum desses modelos aí. O visual não é um convite ao consumidor para entrar neste universo sem emissão de gases poluentes.
Por isso, o empresário aposta que a demanda virá de quem já entende os benefícios e a economia de um veículo elétrico no uso urbano e, principalmente, em locais fechados, como condomínios, instalações industriais, clubes, hotéis, prefeituras e parques.
“É um design exótico, que foge do perfil tradicional, mas que tem tido uma aceitação muito grande dos clientes. Além disso, é possível personalizar os veículos em diferentes cores e plotagens”, ressalta o empresário. Os carros da Hitech são de baixa performance, com velocidade máxima entre 50 e 60 km/h. A autonomia alcança 120 km rodando com média de 35 km/h.
Há a opção de modelos com duas ou quatro portas, para levar dois ou quatro passageiros.
O veículo é movido com dois tipos de baterias: a de gel (comuns em carros a combustão), que tem uma vida útil de 74 mil km, e a de íons de lítio, que encarece os modelos em R$ 12 mil, porém seu ciclo de recargas dura 180 mil km.
A recarga da gel demora pelo menos 6 horas, enquanto a da íon-lítio é feita em apenas 30 minutos.
Até o fim do ano, a startup de Pinhais pretende trazer o modelo e-go, que será capaz de rodar por 350 km com uma recarga e atingir 140 km/h. A economia média anual em combustível pode chegar a R$ 10mil e o retorno do investimento ocorre em 36 meses, garante Contin, que é engenheiro mecânico e chefe de equipe da Hitech Racing de Fórmula 3 desde 2009.
Como comparativo, para rodar os mesmos 120 km de autonomia doe.coTecho com um Peugeot 208 1.2 Flex (15,1 km/l no uso urbano), seriam gastos R$ 27 em gasolina – hoje o preço médio do litro está R$ 3,29 na capital paranaense. O hatch é considerado o modelo com motor a combustão mais econômico do país atualmente.