Degustando a Vida

Degustando a Vida – Novembro de 2012

Degustando a Vida - novembro de 2012

Lembro-me que na década de 1980, quando era apenas um menino sempre ouvi de meu pai que os produtos importados eram maravilhosos, tinham durabilidade maiores e carregavam ares de “bom produto”. Ou se ganhasse um perfume sempre ouvia de minha mãe: “Ah, é francês, né? Então é caro, né?”, sempre completava. Quanto aos carros então… A inveja que tinham da indústria americana, com seus carros espaçosos, confortáveis e também beberrões povoavam nossos sonhos. Lembro, que, na década de 90, no início, Fernando Collor de Mello que dentre as loucuras que cometeu  deu um passo importante na nossa indústria com uma simples frase: “Nossos carros são umas carroças”. De imediato, foi mal compreendido e os nacionalistas de plantão caíram no pé do então comandante que se vangloriava de ter aquilo “roxo”.

No caso dos automóveis estava certíssimo. Nossos carros na época pareciam ser de papel e poucos se salvavam. Hoje a história é bem diferente. Mas o que isso tem a ver com vinhos? De uma certa maneira  a indústria em  geral teve que se mexer, o consumidor teve acesso aos importados e a concorrência passou a ser feroz com queda dos impostos. E no início do ano, esse mercado de vinhos sofreu uma pressão por parte da indústria brasileira(leia-se produtores do Sul do país) para que fossem implantado uma Salva-Guarda em cima da nossa produção nacional com o intuito de dar mais espaço aos vinhos brasileiros nas prateleiras . Agora, são os consumidores que abriram o bico e meteram o dedo na ferida. Muitos brasileiros ainda preferem os estrangeiros , enquanto que sommeliers e importadores alegam que o nacional costuma ser mais caro que o de mesma categoria. Resumindo, os vinhos de alta performance são mais caros aos similares estrangeiros. E isso não deixa de ser uma verdade. Quem nunca se pegou comprando um vinho no Mundial ou no Zona Sul a um custo de R$ 26, levou par casa e indicou aos amigos? Se você gostou, desceu bem? Que mal há nisso?

A discussão promete por que aqueles que já introduziram o vinho para o seu cotidiano e  capazes até de trocar a cerveja pelo vinho num churrasco, não abrem mão de um bom espanhol e de um belo chileno. Estes você pode encontrar facilmente a R$ 120.     Numa categoria similar o nacional sai , em alguns casos, a R$ 180!! O Zona Sul por exemplo, tem em sua maioria rótulos australianos, italianos e espanhóis. Se você for amante dos nacionais, não vai encontrar um gaúcho Pinot Noir Vinhedos Hood’11 ou um francês J.C. Rateua Vieiles Vignes ‘10. Agora, o que poderia se discutir mesmo é o percentual alto de impostos nos produtos, principalmente nos vinhos!!!

Em colunas anteriores já mencionei a MondoVinno dos amigos Rogério e César e perguntei algumas sugestões para Novembro e eles gentilmente me indicaram esses rótulos abaixo. Se gostarem , escrevam para mim contando suas experiências que tal?

1 –  Colomé Torrontes 2011 – Salta / Argentina R$ 52,00
2 – Garage Wine Co. Lot# 21 Cabernet Franc 2009 – Maipo / Chile R$ 97,00
3 – Bettú Rebbo 2006 – Serra Gaúcha / Brasil R$ 80,00
4 – Antônio Dias Tannat 2009 – Campanha Gaúcha / Brasil R$ 45,00
5 – Don Guerino Gran Reserva Teroldego 2007 – Serra Gaúcha / Brasil R$ 56,00

Bom, fico por aqui e mês que vem , vamos dar boas dicas no bairro para espumantes e rosés, ok?

Tim Tim!!


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