Confesso que quando decidi escolher um assunto para o mês de Setembro não consegui tirar da minha cabeça o meu espírito patriota. É um mês geralmente com alternância de dias frios e quentes, normais de transição de uma estação. As flores aparecem e sempre me remeto a infância quando as paradas militares eram transmitidas ao vivo na TV. Pois é, não sou do tempo da TV a Cabo! Daí, pensei nos vinhos nacionais!! Depois lembrei também da maldade que os sindicatos dos produtores de vinhos fizeram contra os vinhos importados no início do ano(e nem fez cócegas no mercado interno). Pediram ao Governo para que revissem as leis de importação dos vinhos gringos porque as vendas dos nacionais estavam despencando, como isso? Pois é, uma Salva-Guarda para os nossos vinhos brazucas… Na verdade, isso maquiou outros interesses das grandes produtoras da Serra Gaúcha(leia-se Miolo, Valduga, Aurora,..) mas isso é uma conversa para outro dia.
Muitos críticos não gostam dos nossos vinhos, porém vale lembrar que nos últimos anos acumulamos cerca de 2.500 medalhas pelo mundo, ou seja, já fazemos excelentes vinhos! Folheando o livro “Vinhos-Uma Festa dos Sentidos”, da Editora Mauad X, de um dos maiores entendidos no assunto, Rogério Dardeau, vi que o IP do Vale dos Vinhedos foi reconhecido pela União Européia como uma região de procedência para seus vinhos finos. Na verdade, o que nos falta para virar uma potência enófila, basta esses produtores pequenos conseguirem produzirem em larga escala, o que não é fácil, requer investimento alto. Para Dardeau, “A família traz um nome, o desejo perpetrado…uma identificação à vinicultura”, completa .Andando de bicicleta pelo Recreio me deparei com uma pequena loja na Rua Nelson Tarquino 150. Para quem não sabe, é a rua da saída do estacionamento do supermercado Zona Sul, que dobrando a direita, quase vizinho de muro, e que seguindo sairá quase na esquina na Benvindo de Novaes, a do Boteco Tradicional. A loja abriu recentemente e o forte inicialmente é a venda pelo www.mondovinoweb.com.br Mas a intenção é de funcionar para degustação na loja mesmo. Eles tem lá para harmonização com os vinhos queijos, de cabra e espanhol, salmão, capaccio e uma bela linguiça Catalan.Conheci lá uma adega bem bacana e farta de rótulos interessantes. Conversando rapidamente com os simpáticos sócios, Rogério e César, sobre boas sugestões de vinhos nacionais, me mostraram o MAXIMO BOSCHI, Merlot 2004 que sai a R$ 59(e eles entregam em casa!). Com coloração intensa e de tonalidade rubi, esse belo representante da Serra Gaúcha tem aromas intensos e complexos com notas de frutas caramelizadas, chocolate e tabaco, taninos doces e pouco agressivos e um final muito agradável, segundo acompanhei em alguns fóruns pela internet.
Eles me chamaram a atenção para a Vinícola Maximo Boschi por ser um projeto de dois enólogos, Renato Savaris e Daniel Dalla Vale, esse último diretor-técnico do Grupo Valduga e eleito o Enólogo do Ano 2011 pela Associação Brasileira de Enologia – ABE. A proposta é de colocar no mercado vinhos de alta qualidade, longevos e que já estejam num estágio que permitam ao consumidor entender as características de um vinho evoluído.
Foi sugerido também, por ser bem apropriado a nossa época, o branco ECOS DO PAMPA Sauvignon Blanc, a R$ 36(estanciaguatambu.com.br), bom com uma entrada leve em um dia quente. A Estância Guatambu, que faz o vinho, fica localizada em Dom Pedrito, bem no coração do pampa gaúcho. Os proprietários são criadores de gado e resolveram aceitar o pedido da Embrapa para produzir uvas lá. O resultado foi esse, um vinho de ótim
a qualidade, equilibrado. Até mês que vem e Tim tim!
