Os incêndios que devastaram parte da Califórnia nas regiões de Napa, Sonoma e Mendocino, além de trazer mortes e devastar milhares de hectares afetou a meca dos vinhos. Muitos vinhedos foram destruídos ou afetados, segundo a imprensa, entre eles o famoso Stag’s Leap Wine Cellars, que adquiriu fama mundial em 1976 ao superar grandes vinhos franceses em uma competição.
As chamas arrasaram mais de 46.500 hectares em todo o estado e destruíram mais de 2.000 casas, segundo as autoridades. As fotos são devastadoras e podem ser vistas no site do jornal. Barris carbonizados consumidos pelas chamas, um forte cheiro de álcool queimado, a sala de degustação reduzida a escombros, Paradise Ridge da Califórnia não é mais um paraíso para os amantes do vinho.
Localizada nas colinas de Santa Rosa esta é uma das vinícolas que foram devastadas pelos ferozes incêndios. Tamanha tragédia levará anos para replantar as videiras queimadas e recuperar o ritmo de produção.
Nesta época do ano, a maior parte da sementeira foi colhida, embora as melhores uvas – cabernet e merlot, que dão os melhores e mais caros vinhos – sejam coletadas mais tarde. E muitas frutas serão afetadas pela fumaça e estarão inutilizáveis. Isso fará com que a produção caia e os preços subam nos próximos dois ou três anos.
A indústria do vinho gera 46 mil empregos e mais de 13 bilhões de dólares em lucros apenas no condado de Napa – e 50 bilhões em todo o país.
Os 1.300 quilômetros de encostas do litoral expõem os vinhedos a uma espécie de “ar condicionado” natural na forma da névoa e brisas, criando um ambiente excepcional para a Chardonnay, a Pinot Noir e outras variedades que gostam de clima fresco. Já as videiras plantadas ao longo das colinas obtêm uma mistura de ar fresco e sol brilhante, condições especiais para a Cabernet Sauvignon e a Merlot.
A Califórnia é o maior produtor de vinhos entre os estados norte-americanos. Seu clima é tipicamente mediterrâneo, com ventos frescos, muito sol e chuvas bem localizadas. Seu território é uma sucessão de pequenos vales, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade. Os especialistas afirmam que cada uma dessas microrregiões tem um microclima específico, sendo melhor para determinado tipo de uva. Um exemplo disso é a região de Santa Bárbara, reconhecida por seus excelentes vinhos feitos a partir de Pinot Noir e Syrah. Os vinhos californianos variam de características e preço, podendo de ir dos sabores simples e frutados a intensos e concentrados, mas sempre com boa qualidade.
Um bom exemplo é a Lokoya , uma das mais exclusivas vinícolas de Napa Valley e produz um dos melhores Cabernet Sauvignon da região. A cada safra, quatro vinhos são produzidos da mesma forma, com o mesmo procedimento e mesmos barris. O resultado é surpreendente: quatro vinhos bem diferentes. A degustação é uma experiência imperdível. O sabor de cada terroir é facilmente identificado em uma degustação.
Já a vinícola Cardinale é aberta ao público, mas somente com reserva. Mais um exemplo de um blend de Napa Valley que tem como base Cabernet Sauvignon com terroir montanhoso e Merlot do vale. No distrito de Oakville, suas uvas vêm de quatro montanhas, principalmente as de Mount Veeder e Howell Mountain, resultando em um vinho elegante e premiado. O lugar é charmoso e lembra as vinícolas da Toscana.
No Empório Santa Therezinha, na Avenida das Américas 13.280, telefone:2498-8799sempre haverá boas escolhas e bons rótulos, além de preços justos. Vamos produzir? Escrevam: jornaldorecreio@gmail.com