ATLETA E EMPRESÁRIO MOSTRA OS CAMINHOS DO SUCESSO E DE SUA ACADEMIA NO RECREIO
Medalhista olímpico em 1980 nos 4×200 livre ele foi o 1º nadador brasileiro a bater um recorde em olimpíada em 1976 nos 400 livre, sendo finalista 5 vezes nos 3 jogos que competiu em Montreal, Moscou e Los Angeles. Hoje, com 54 anos , ainda coleciona medalhas na natação na categoria Masters com fôlego de menino. Foi triatleta de 83 a 87, quando morava e treinava em Vargem Grande, e foi Secretário Nacional de Esporte no Governo Lula quando lhe foi dada a missão de cuidar e criar do Bolsa Atleta. Aqui no Recreio, comanda a sua Academia de Natação há 14 anos tentando formar campeões e, principalmente, amantes do esporte. Djan Madruga nos recebeu antes das olímpiadas e falou sobre sua vida, o bairro e o esporte:
01 – Como você vê a natação do Brasil nas olimpíadas??
Djan: Eu vejo bons resultados. (entrevista foi feita antes dos Jogos). Sempre ganhamos medalhas nos Jogos e não vai ser diferente. E no Rio, vai ser melhor ainda.
02 – É necessário ainda viajar para os EUA para ter alto rendimento nas piscinas?
Djan: Ainda sim. Mesmo tendo o Cielo treinando aqui no Brasil, a estrutura ainda faz a diferença no alto rendimento. Eu treinei em Indiana, nos EUA com um cara fantástico, o melhor que conheci.
03 – E como é a sua estrutura aqui no Receio?
Djan: Hoje, temos um moderno centro esportivo com 1500m2, sendo 3 piscinas, uma semi-olímpica e duas menores para crianças e bebês, salas de musculação, ginástica, yoga ,danças e bike indoor. Ah, e água aquecida. Isso faz muita diferença e como!
04 – No seu Centro de Treinamento, já chegou a garimpar algum talento para competição de alta performance?
Djan: Trabalhamos com cerca 500 nadadores. Ensinar a nadar certo todos os componentes é nossa a preocupação de início. Depois vem a a segurança , a saúde, sociabilidade e por fim a possibilidade da competição. Mas temos o Rodrigo Corrêa Filho que para o campeonato mundial de maratona aquática e vai competir com chances de medalha. Temos também a Sara Correia que foi aos Jogos Panamericanos e por fim o Conrado. Os treinamentos para esta turma costumam ocorrer agora há tarde.
05 – Qual o peso real de uma medalha olímpica? O que vem a cabeça: os 4 anos de treinamento, a família, os dias que você contou ladrilhos de piscinas?
Djan:Isso tudo que você falou. É um esporte muito solitário né? Ainda é uma carreira curta. Hoje tá até melhor. Antes, terminava a faculdade, terminava a carreira do atleta. Mas quando ganhei lembrei de muita coisa, dos treinamentos, da família, das saudades.. Contava segundos no relógio! lembro que me distraía assim. Até que vi quando dava cada volta e então passei a controlar o relógio , os segundos. Imagina?
06 – Vi um vídeo aonde você se diz favorável ao quinto estilo de natação, como é isso, explica melhor?
Djan:Uma vez vi um sujeito que defendia o estilo de costas misturado com o peito. Sabe aquele jeitão de nadar de costas na praia? Era mais ou menos isso. Ele é de Angra dos Reis. Acho bacana, gosto de novidades rsrs
07 – Você acha que a natação está perdendo campo para outros esportes?
Djan: Já foi pior. Agora, as pessoas se esquecem de aprender a nadar. É impressionante. Quando estive no Governo tive acesso a números alarmantes por afogamento no país. Não gosto de nem de divulgar essa estatística, mas é muito alto. Morre-se muito no país pelo simples fato da pessoa não saber nadar!
08 – Você está quanto tempo no Recreio?
Djan: Ih…rapaz. Fui morar primeiro em Vargem Grande numa época que não tinha nada por aqui, só mato. Fazia triatlon e andava de bicicleta até a Grota Funda, no Pontal, e voltada. Depois fui pro
Recreio. Não troco aqui por nada nesse mundo. E depois das obras, ficou melhor ainda.
09 – E sua experiência na política foi satisfatória, gostou?
Djan: Não sou político, mas pude realizar boas coisas para o atleta. Tive o primeiro contato em 1992, no Governo Brizola, na Organização da Rio Eco 92. Mas, como Secretario Nacional de Esportes de Alto Rendimento do Ministério do Esporte (2007/2009) fui responsável por vários programas, incluindo o bolsa atleta que na minha gestão cresceu de 850 para 3.200 bolsistas atendidos. E logo depois veio o projeto “Militar Campeão” que hospeda nas forças armadas os principais atletas do esporte do país com garantia de recursos financeiros e apoio técnico.Depois a experiência para trazer os Jogos para cá foi muito gratificante.
10 – E essa história envolvendo Velódromo (demolição) e Maria Lenk, que dizem ser elefantes brancos?
Djan: Não vejo dessa forma. Olha, as principais equipes do Rio treinam no Maria Lenk e ninguém sabe. A Prefeitura montou lá o Time Brasil, reunindo uma série de esportes lá, como o Taekwendo, com salas de musculação, refeitório. Uma maravilha. De elefante, não tem nada branco lá (sorrindo)