Os mais novos acostumados com as edições bienais do Rock in Rio podem não saber. Mas antes, assistir aos grandes shows de artistas estrangeiros só podiam ser vistos e aplaudidos se fossem no Metropolitan que fecha as portas em definitivo para tristeza do carioca. Antigamente, as filas na porta eram capazes de entregar se o artista estava fazendo sucesso ou não. Já foi KM de Vantagens, ATL Hall, não-sei-o-que-lá-Hall e já foi mais conhecido como a maior casa de espetáculos indoor da América Latina. O Metropolitan deve dar lugar a um supermercado no Via Parque. A multinacional que administrava o local , a Time For Fun informou que não operará aqui e outras cidades pelo país.
Quando foi anunciado na década de 1990 foi um tremendo estouro de sucesso, apesar dos moradores da zona sul torcerem o nariz pela distância e pela escassez de vagas, já que disputavam o espaço com o frequentadores do shopping. Localizado até então numa posição inédita, no subsolo, sua configuração ímpar de capacidade camaleônica foi capaz de atrair no mesmo mês públicos distintos de David Bowe, Lulu Santos e Nina Simone.
Legião Urbana teve sua turnê com passagem pela casa e com direito a show extra. E por lá também passaram a peça de Ney Latorraca (Mistérios de Irmã VAP) , o mágico americano David Copperfield, Alanis Morrisette, Iron Maiden , Metálica , Tears for Fears , Rick Martin e muitos outros.
O empresário Ricardo Amaral foi o ‘pai’ da ideia e da construção na época não se assustou com a notícia:
— O Metropolitan nunca foi o lugar prioritário dos atuais operadores. Soube que, meses atrás, eles se desfizeram da casa de Minas Gerais. A crise gerada pela pandemia, além da programação que tem sido anunciada, me levou a crer que isso aconteceria — disse Amaral.
O empresário vendeu o espaço no início dos anos 2000 para a Companhia Interamericana de Entretenimento, do México, por conta da situação econômica do país naquele época. Virou Claro Hall por motivos óbvios.
Num momento até pior com o que o Amaral passou pesou na decisão do grupo americano. Hoje com o dólar batendo a casa dos R$ 6 e a questão da ´pandemia foram determinantes no fechamento. Na época de Amaral, a moeda americana passava de R$ 0,80 para R$2, R$3, R$ 4 reais.