A temporada de ressacas constantes nesse fim de outubro e o mês de novembro fez com que o Jornal O Globo fizesse uma matéria sobre as obras nas orlas da Barra e Recreio, em especial a da Praia da Macumba.

Segundo a matéria , a Prefeitura do Rio em diversas administrações anteriores já gastou desde 1999 quase R$ 45 milhões e ainda não resolveu em definitivo o problema . Com a queda de parte da ciclovia e do quartel do Corpo de Bombeiros na Barra , engolindo praticamente a ciclovia de quase 100 metros de extensão leva a crer que a solução está longe de existir. Estivemos na Praia da Macumba numa manhã nublada e percebemos que algumas rachaduras nos pilares de contensão da estrutura onde existia um quiosque e que foi engolido em 2017, já dá sinais de destruição com 1 ano apenas de existência.
As informações estão disponíveis e constam em um relatório divulgado após uma inspeção extraordinária recém-concluída pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) na região .
Segundo os técnicos do TCM foi colocado um prazo de 90 dias para que se apresente uma solução definitiva para o deslocamento da areia daquela parte da orla. Vale lembrar que na última vez que o mar destruiu aquele trecho em 2017 calçadas , muros e até estruturas das casas e prédios próximos foram engolidos pela força do mar.
Em nossa visita , vimos também que trechos da ciclovia já está sem o meio fio que protege o pavimento. Mas vimos também sinais de vandalismo e falta de conservação da vegetação de restinga, muito lixo e falta de cuidados. Vale lembrar , que nos fins de semana carros invadem aquele trecho e há marcas de pneus e dá a entender que um possível atolamento poderia ter destruído o meio fio.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura, Habitação e Conservação informou que ainda não foi notificada sobre a decisão do TCM. O órgão informou que, assim que o documento chegar à prefeitura, serão tomadas as providências necessárias.
As empreiteiras que trabalharam nas intervenções lembram sobre a necessidade de estabilizar toda a praia é semelhante a ideias defendidas por especialistas para a região nos últimos anos. A Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe/UFRJ), apresentou no ano 2000 uma proposta de um quebra-mar que impediria o deslocamento da areia por fatores como a ação dos ventos e das marés (veja abaixo um infográfico com mais detalhes sobre o projeto) . O plano foi entregue ao então prefeito Luiz Paulo Conde. O estudo, inclusive, é citado no relatório da inspeção.
Nas redes sociais as reclamações tomam corpo. Edna Gomes lembrou que o problema é antigo:
__” Conheço desde criança qdo era areia e restinga abundantes… não adianta obras… o mar vai ignorar… dinheiro jogado fora! Certamente alguém está lucrando!!! “, frisa.