












1) Imagino que já tenha respondido isso inúmeras vezes, mas pergunto: porque Suricato, por causa do desenho?
R: A ideia veio do programa “O reino dos Suricatos” no Animal Planet que costumava assistir nas madrugadas depois que voltava dos shows. Ficava louco com os bichos. E quando tive a oportunidade de batizar a banda, joguei no google para lembrar o nome do bicho, você acredita?
2) Não chegou a ter reunião decidir os nomes, não? Porque nessas reuniões saem cada nome…
R: (risos) Teve sim!! Pintaram nomes como Casablanca e James-não-sei-quê..Brown, acho.
3) Estão juntos há quanto tempo?
R: Uns quatro anos, mas já estamos na segunda formação.
4) Notei no site que uma das faixas , o baixista que gravou, não era o que estava numa das fotos, que por coincidência, não era o Rafael?
R: Sempre acompanhei muitos artistas. E nesse meio, sempre convivi com essa gama de músicos, e aí, falava das minhas ideias, meus projetos. Sempre disse que o SURICATO são mais do que amigos, são um núcleo criativo. E essa galera por estar ocupada com esses artistas não tem tempo disponível para encabeçar esses projetos paralelos. Daí, no início, quando não tinha grana envolvida, um amigo gravou uma faixa, outro gravou uma outra, e por aí foi. O Rafael já era para ter entrado lá trás quando nos conhecemos através de amigos.
5) Como e conheceram?
R: (Rafael) O Rodrigo fez um trabalho com uma cantora(Mariana Marza) e ela mesmo achava que o Rodrigo e eu tínhamos algo em comum. Mas foi através de um freelancer com o Fato Consumado (banda da Tijuca), que nos encontramos de vez no palco.
(Rodrigo interrompe): Vou mais além. Antes de tudo, quando fui convidado para abrir a turnê do Nando Reis, no Bailão do Ruivão, fiquei na dúvida entre o Mário Ricardo(Fato Consumado) e o Rafael. Como não tinha muita intimidade, acabei não o chamando. Mas tá vendo o destino?(risos)
6) Como funcionam as composições?
R: Depois de acompanhar muitos os artistas, entrei numa produção intensa de composição, aperfeiçoando a escrita e a criação das harmonias e melodias das canções. E como a banda já vem dessa história, acaba que o grupo absorveu essas músicas. Além disso, a formação é um pouco nova(9 meses) e daqui em diante as parcerias vão se iniciar, inclusive, já está acontecendo. Falta é tempo. O programa nos consumiu muito, a parte mental inclusive. Foram dois meses direto dentro do PROJAC! Aquilo lá não foi fácil.
7) É mais inspiração ou transpirarão?
R: UM TANTO, por exemplo fizemos durante o programa. Saiu em 5 minutos. Vou vomitada sozinha(risos). Então, é senta e faz. Sou um guitarrista nato, sem ser um compositor nato. Composição é um exercício. Conversando com compositores famosos, me disseram que a cada 20 canções, sai uma boa para ser gravada.
8)Você acha que nesse repertório já tem o seu grande sucesso, a sua “Toda Forma de Amor”, do LULU?R:“Um Tanto” quando foi tocada no programa ficou em quarto ou quinto no ranking, e mesmo assim, é uma das canções mais compartilhadas nas mídias sociais. Existem canções que não são de primeira audição. Você vai tomando gosto. Ela teve mais retorno fora do que no próprio programa. Não é doido?
9) Vocês utilizam instrumentos pouco comuns, como o Didjeridoo (Australiano) e o Ukulele(uma espécie de cavaquinho havaiano)?
R: Weissenborn é um violão havaiano também. É o mesmo que o Ben Harper usa. Eu e o Guilherme Swab tocamos. O Didjeridoo é um instrumento aborígene muito bacana. Na verdade, esses equipamentos são novidades aqui, mas muito comuns fora do Brasil. O cavaquinho é normal aqui e não lá fora, entende? Esses instrumentos são os “cavaquinhos” das suas regiões e o Guilherme é muito apaixonado por afinação aberta como eu. Somos pesquisadores na área; de usar slides. É uma paixão em comum. Guitarra todo mundo já toca, né? A gente gosta de colorir com outras cores nossas canções.
10) Como surgiu a ideia de gravar uma música do Lulu Santos, por causa do The Voice, o que ele achou??
R:A banda já fazia uma versão do “Um Certo Alguém”. Tive o convite de fazer parte da banda do The Voice. Lá, o Lulu veio para mim e disse que tinha adorado a versão da minha música.
Falou, inclusive, que quase foi no lançamento do single no Circo Voador. Aí, como somos guitarristas, ficávamos conversando sobre timbragem e tudo mais nos intervalos. Ele mesmo quis participar do clipe(está no site o vídeo).Uma vez, no GP Brasil de Fórmula 1(2012), ele me ligou e disse se podia usar a versão dos “bichos” para tocar a música dele!?
11) Dos bichos?
R: (gargalhando) É…ele se referia ao SURICATO como a banda dos bichos . Ele não lembrava o nome da banda…
Rodrigo: E ainda falei : que honra! E aí virou um single, que virou um clipe e foi gravado no Itanhangá, numa casa linda.
12) Acompanhei um pouco você como guitarrista no Fato Consumado e não me recordo de ter visto você cantando. Isso estava adormecido em você?
R:Na verdade, ali já tinha um dueto. Eu até comecei a cantar algumas coisas, só que senti a necessidade de me expressar fora daquele contexto ali. E resolvi sair para tocar mesmo. E parti para os bares e coisa e tal. O que é nato em mim é ser guitarrista. Das seis músicas que cheguei a cantar na banda, o dono do bar me convidou para fazer voz e violão em outra casa dele que ele abriu do lado. Topei. E aí, comecei a exercitar os artistas que cabiam na minha voz. E como isso foi crescendo dentro de mim, chegou uma hora que ali não seria o espaço ideal para eu me expressar e veio o SURICATO.
13)Como vocês definem o som de vocês?
R: Cara, isso está sendo um problema… Nenhum artista gosta de se rotular. Mas a gente tem um pouco de folk, de rock, de blues e de pop. A gente quer sempre alcançar uma linguagem pop para as influências mais distantes das coisas que a gente tem. Acho que é isso..
14) Isso é quase um Caetanês, não?
R: (risos) Mas olha, é um grande erro das bandas se rotularem. Eu quero é conquistar os fãs da Ivete Sangalo e dos Ratos de Porão juntos.. Eu quero é ser consumido. Não quero ser de lugar nenhum. Pra que dividir se eu posso multiplicar?
15) E essa marca do chapéu?
R: Eu tava vendo um vídeo do Bon Jovi e nele o Rick Sambora dizia que sempre foi fã de ter chapéu e isso me lembrou que eu ainda criança, passando por Cabo Frio pedi a minha mãe para comprar um chapéu pra mim. E olha que era de cowboy! Tenho coleção deles, dezenas.
16) Pensei que fosse igual ao filme The Wonders?
R: Não …, (risos )não foi não.
17) Algum fã já te deu um chapéu.
R: Não, mas perguntou aonde eu comprei.
conteúdo exclusivo18) Gostaram do formato? As vezes dava a impressão , no início, dos jurados estarem perdidos. vocês tinham essa sensação?
R: Pois é. esse foi o primeiro….julgamentos são muito subjetivos. Com o tempo a gente foi se ligando e de uma certa forma , mesmo que as bandas sejam amigas, acaba havendo uma competição, o que é ruim. Tudo é música. O pagode do fulano não é melhor nem pior que o rock da banda “x”. Nem o festival de bandas é justo, entende?
19) O facebook de vocês foi o maior termômetro não foi?
R: Muito doido , saltou de 3 mil para quase cem e tantos mil!! Agora, a gente não consegue falar com todos. E o gozado é que como no futebol existem 130 milhões d e treinadores, no nosso caso, são 130 milhões de produtores , sugerindo canções e etc. Sem falar no cara que manda música e fala que é a nossa cara! Mas o legal é a forma subjetiva de como as pessoas enxergam você.
20) Algum posto , comentário, que tenha chamado a a sua atenção?
R: Tem uma menina que chegou a tatuar uma frase da nossa música” Got to be strong keep moving on”
Rafael: Eu gosto das criancinhas que nos escrevem. . Uma menina de uns 7 anos escreveu após a semifinal achando que a gente tinha saído do programa. Estava triste que estávamos eliminados. Acho que os instrumentos diferentes fazem com que essas crianças nos vêem de uma forma lúdica, meio que o Jack Sparrow da música(risos)
21) E o rock??
R: Vamos seguindo nossa estrada…ver o CD novo , músicas novas e ver o que nos aguarda. Estou muito esperançoso.
22)E agora ….próximos passos do SURICATO até o fim do ano?? Vi apresentações no sul, onde a cena do rock é mais forte , é isso mesmo?
R: Temos umas datas programadas para lá sim. Vamos ver como vão ser. estou muito empolgado.
23) A televisão aberta expôs vocês de uma certa forma e de repente viraram celebridade, como foi isso?
R: Vou falar por mim. E ainda acho que não é comigo. Uma vez eu tava no shopping com minha esposa e um paparazzi me fotografando…achei bizarro. Não fiz o link ainda. Se isso tivesse chegado antes , eu com 20 anos, talvez enxergaria de outra forma.