No ano passado, mais ou menos nesta mesma época era uma outra torcida que estava comemorando e lotando os bares do Recreio. No último dia 5, quem riu por último foi a torcida tricolor que tirou o grito da gaveta e botou pra fora 26 anos de espera por um título nacional. O que vimos pela região foi uma comemoração tímida nos bares. Talvez pelo mau tempo ou pela sensação de insegurança para alguns. Uma chuva muito forte desabou no início da noite de domingo e permaneceu por muitas horas inibindo a saída de muitos de casa, mas não impediu aqueles que foram ao Engenhão, que ao retornarem ao bairro, aumentaram o quorum nos bares.
Percorremos alguns locais e presenciamos em sua maioria, famílias inteiras acompanhando o jogo com o Guarani pela TV. Foi o caso do Sérgio Murillo que não conteve as lágrimas após o apito final do árbitro Carlos Eugênio Simon, que aos 45 anos, pendurou o apito.
“Meu pai me levou tantas vezes ao Maracanã e não vi o Fluminense campeão com ele. Hoje não é possível, mas pude realizar isso com meu filho Luca de 8 anos. Estou muito emocionado.”, revelou Sergio com os olhos lacrimejando.
Já Margareth, de 47 anos, estava radiante por dois grandes motivos: além da vitória incontestável do Fluminense era o seu aniversário.
“Moro aqui na Benvindo e trouxe meus irmãos, filhos, pai , esposas e amigos. Estou muito feliz!”, contou eufórica.
No Barril, Devassa, Lokau, Barraco, Terreirão e Buxixo, poucas mesas estavam tomadas. No Espetinho Gaúcho veio uma constatação: tinha mais torcedor com camisas de outros clubes que os do próprio Fluminense. Nosso fiel escudeiro Felipe contou 10 torcedores com a camisa do campeão, mas contabilizou 2 com a camisa do Vasco, 6 com do Flamengo, 2 do Botafogo e uma bandeira do Grêmio. Mesmo assim com chuva forte, pelo menos no Espetinho Gaúcho que fica em frente aos Condomínios Pontões e Barra Sul, a festa foi até meia noite com pagode animado, cerveja gelada e as quatro torcidas felizes, confraternizando na paz o título mais que merecido do tricolor das Laranjeiras. A prova dessa harmonia eram 3 torcedores que tinham chegado do Engenhão e faixa no peito, 1 vascaíno, sua namorada flamenguista, um ex-chefe do torcida do Fla, Carlos César que responde pela alcunha de Coronel Priscila, 1 botafoguense e sua namorada sem time.