Desde o início da epidemia, tínhamos a informação que esta virose poupava as crianças, até hoje a tarde, quando o diretor geral da OMS anunciou que ocorreram mortes, sim em crianças e jovens, mesmo sem doenças prévias. Não foram passadas mais informações.
Isto trouxe surpresa a toda a comunidade médica, pois até a presente data cria-se piamente que crianças e jovens estavam fora do grupo de risco, e o maior risco estaria no fato de que poderiam ser portadores assintomáticos da doença e assim disseminar para os familiares mais idosos.
Hoje foi o primeiro dia de suspensão de aulas nas escolas privadas e públicas e o que se observou foi um número expressivo de pessoas na praia, comportando-se como se estivessem em férias escolares. O corpo de bombeiros fez campanha para retirar as pessoas da praia, mas ainda assim não paravam de chegar.
Ora, mesmo a mortalidade sendo menor nos jovens, eles levarão a doença para casa, e assim seus pais e avós irão se contaminar e adoecer. E neles a doença não será tão boazinha, estando com uma mortalidade ate 15 por cento nos idosos. Acometendo esta faixa produtiva, quem estará provendo o sustento destas famílias? Se o um pai falecer, como ficará o futuro destes jovens que estão na praia?
É importante que estes jovens agora deixem de pensar somente no próprio umbigo e pensem um pouco mais a frente e no futuro sombrio que se vislumbra com a morte de um provedor. Apelamos aos jovens que não saiam de casa, não usem o tempo livre para passeios e evitem aglomerações. Sair de casa somente para o essencial.
Também se faz de suma importância a atualização da carteira vacinal, tendo em vista a proximidade do outono e a chegada das viroses sazonais e as tão temidas pneumonias. É fundamental que neste momento as vacinas contra gripe e as vacinas antipneumocócias estejam em dia. Estas vacinas não impactam diretamente no coronavírus, mas evita que os pacientes possam ter as duas doenças ao mesmo tempo, aumentando assim o risco de morte.
Nestes próximos dias estaremos vivendo momentos decisivos para a epidemia. Quanto mais rápido paremos de beijar, mais cedo voltaremos a abraçar!
Dra Selma Merenlender CRM 5248425-2
Diretora técnica CMF e Imunofluminense.
RJ 16 março 2020.
