Vinny, em novo baile

Matérias - fevereiro de 2020

Se no futebol o jogador quando para de jogar pendura as chuteiras, na música seria o microfone? Pode ser . No caso do Vinicius Bonotto Conrado seria o contra-baixo para ser mais preciso. Ou melhor, Vinny havia dado um tempo na música. Chegou a flertar com um trio que só tocava rockabilly , vertente do rock americano, mas o foco era outro. Após uma queda natural no número de shows se viu obrigado a se dedicar a outras coisas e os estudos cativaram o músico. Estudou na Argentina , que segundo ele, graças a “Mexe a Cadeira”, canção mais executada no país por três anos seguidos. Agora formado em Filosofia e mestrado em Ciências Sociais viu na psicanálise uma forma de entender mais o próximo e quem sabe ajudar o próximo. Vinny ouviu os conselhos do filho Luca, com 20 anos para voltar a tocar contrabaixo e cantar por aí. Por aí mesmo. O seu novo projeto ‘Baile do Vinny” está pronto para sair dos estúdios do Recreio e fazer o Brasil dançar e remexer a cadeira.

“Não houve uma desilusão com a música. Faz parte do processo natural de aclives e declives. Nessa hora, você pode ficar amargurado ou ter outras paixões. A filosofia sempre foi uma paixão e no meu mestrado, uma das coordenadoras era psicóloga. Isso me influenciou. E dá pra levar na boa“, disse em recente entrevista ao Extra.

Com cara de surfista, esse paulista da cidade de Leme, veio para o Rio bem menino e adotou a grande Tijuca para dar os primeiros passos e cantadas’ pelos bares da região. Hoje, no Recreio, volta a ter o brilho nos olhos para voltar a sentir o frio na barriga e voltar cantar junto com os amigos Felipe D’ippólito na guitarra e Diego Andrade, na bateria. No ‘Baile do Vinny” tem Claudinho e Buchecha, Paralamas, Menina Veneno(Ritchie), Lulu Santos , Barão Vermelho e , claro, ‘Heloísa , Mexe a Cadeira” e ‘Shake Boom’, dois grandes sucessos do cantor. O critério de escolhas canções foi fácil:

Vinny

Quis trazer para o meu repertório as coisas que têm mais a ver com o universo pop, mais até do que o rock. Mas o rock que tocou em rádio no Brasil, que têm aquele crossover, como ‘Exagerado’ (Cazuza), coisas da Legião Urbana, Paralamas, estão lá. O repertório está muito maneiro e está divertido de fazer“, contou o cantor na mesma entrevista.

O JR conversou com Vinny sobre esse projeto:

1)Nas duas oportunidades em que conversamos , você estava feliz em sua casa, seu filho pequeno e se concentrando nos estudos, a música estava quase um hobby, por que a volta?

Rapaz… ele vai fazer 20 anos, mora em Portugal e me incentivou a tocar de novo, acredita? Disse que nas festas em que ele vai, só dá os anos 90. Junto a isso, rever os amigos e ir pra estrada, achei que essa história merecia ser recontada. Os anos 90 são simpáticos. As pessoas tem carinho por mim. Daí, criei esse show em formato de baile. Talvez os 90 tenham sido último suspiro da industria fonográfica. A ideia do ‘baile’é chegar arrumadinho e sai desarrumadinho..

2) Qual a diferença do Vinny em que fazia pequenos shows na Tijuca , banda Haykay,  e hoje, com o baile do Vinny?
Esse Vinny já está com 54 anos, parece? Sinceramente , não sinto. Mas por dentro o mesmo garoto que tocava nos ‘buteco'(sic) da Tijuca…

3) Você chegou  a montar um projeto de rockabilly , pretende inserir alguma canção?
Aquele projeto foi bem específico e não cabe nesse não, mas pretendo voltar. Até porque fiz um investimento alto naquele baixo que é enorme e ocupa muito espaço.

4) Quando será o primeiro show?

Talvez em marco ou abril. Estou indo à Portugal ver o Lucas, ficar com o moleque um pouco.   Pode ter certeza que você será meu convidado VIP tá? Aquele Vip que paga primeiro,,,,kkk

5) Planos para Recreio ou  Barra ?

Minha casa é aqui. Aqui sofremos com carência de espaços para  shows um pouco maiores. Quem sabe fazer uma farra num quiosque desses, seria uma farra bem legal.

6) Na sua rede social você faz as pessoas saírem da zona de conforto com questionamentos e algumas vezes bem polêmicos , como faz esse balanço?

Vinny1

É bom provocar uma reflexão. E a pergunta na maioria das vezes é melhor do que iniciar com uma resposta. Até porque muitos conseguem bons argumentos nas suas teses e defesas. Isso enriquece e tem tudo a ver com a filosofia , é saudável. Muitas vezes perdem a linha, perdem  a mão e isso  é uma questão de ego e procuro não me envolver. Não tem lei, não tem mediador. E nem me aprofundo nas questões.

7) É nítido o carinho das pessoas com mensagens positivas, a que deve isso?

O carinho é recíproco . Vai ver que devolvo de alguma forma. É uma forma de viver. Eu gosto de gente  .

https://globoplay.globo.com/v/4546476/

8) Como escolheu o repertório, qual critério?

O repertório foi discutido com Felipe D’ippolito, um baita produtor e com o Diego Andrade que me acompanha desde pequeno. As músicas tem mais a pegada do pop do que o rock mesmo e sempre cantei de alguma forma essas canções.

9 )Em tempos de música digital, quase sem o uso de instrumentos analógicos , você escolhe um power trio, seria a volta do simples na música ou contenção de custos? 

Durante muito tempo eu toquei em trio. É uma formação simples, e de uma certa forma os arranjos se tornam mais simples. facilita no estúdio , facilita nos shows.

https://youtu.be/N9mDN7H8s0I


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