Pois é, depois de tanto alarde e propaganda conseguimos ver pessoalmente as Indians, que chegaram ao Salão Duas Rodas e que fomos conhecer no mês passado. As Harleys dominam e dominaram por anos aqui e agora vão ter um forte concorrente. Forte porque tem quase a mesma idade e histórias parecidas. Surgiram no início do século passado, e um dos seus modelos de entrada, a Scout, tem tanta história quanto as Harleys. A Scout com essa cilidrada e nome surgiu após o crack da bolsa de Nova York na década de 20. Para se ter uma ideia , ambas serviram as forças armadas americanas na segunda guerra. Mas com vantagens das harleys. Vai ver que tinham bons vendedores… Apesar do boom do mercado americano após a Segunda Guerra, a Chief era considerada antiquada pela nova administração e saía de produção em 1948. A nova linha utilizava tecnologia da Brockhouse inglesa, com motores com válvulas no cabeça e seletor de caixa no pedal e embreagem no punho – mas a sua qualidade de construção estava além das expectativas.
Bom, vamos nos ater ao hoje. Afinal, através do grupo Polaris, a Indian vai fincar pilotis na Barra, mas precisamente aonde funcionou durante anos a Land Rover, bem em frente ao Beco do Alemão. E a Land vai vir para o lado do shopping 10.200, nas Américas, antigo MAP. Apenas três dos cinco modelos prometidos pela marca chegam às lojas(São PAULO): Chief Classic, Chief Vintage e Scout – esta última, segundo Rodrigo Lourenço, diretor geral da empresa, representará 50% do total de vendas, que deve atingir 800 unidades entre novembro deste ano e do próximo. Com preços a partir de R$ 49.990, ela será concorrente direta da linha Sportster 1200, da Harley-Davidson. Apresentada em 2014, ela voltou ao mundo após ficar fora por mais de sete décadas. Montado na fábrica da Dafra em Manaus (AM), a moto traz uma interpretação moderna da clássica motocicleta, com destaque para o motor, o primeiro com arrefecimento líquido da história da marca.
Em seu desenvolvimento, os engenheiros mantiveram a essência e o DNA original da Scout dos anos 1920, 1930 e 1940. Dessa forma, o chassi construído em alumínio do tipo “triângulo rígido”, encontrado nos modelos clássicos, continua no novo projeto.
Ela usa um motor de dois cilindros, V-Twin, de 1.133 cc, oito válvulas e duplo comando de válvula (DOHC).
A companhia afirma que os engenheiros combinaram design, desempenho e confiabilidade das antigas Scout com os componentes e tecnologias atuais: são 100 cavalos (a 8.100 rpm) e 9,98 kgfm de torque (a 5.900 giros). O conjunto conta com injeção eletrônica, câmbio de seis marchas e acelerador eletrônico “ride-by-wire”.
O banco de couro marrom, além de conferir o aspecto clássico, fica a apenas 635 mm do solo, o que garante conforto e agrada pilotos de estaturas mais baixas. Com 2,31 cm de comprimento e pesando 244 kg (a seco), a Scout oferece ainda suspensão dianteira com dupla mola e 120 mm de curso e traseira com duplo amortecedor de 76 mm e regulagem na pré-carga da mola. Para ajudar no trabalho de amortecimento, o modelo adotou rodas de liga leve de 16 polegadas, calçadas por pneus 130/90 na dianteira e 150/80 na traseira. O trabalho de frenagem é feito por um único disco de 298 mm de diâmetro e pinça de dois pistões na dianteira; e disco simples, também de 298 mm e pinça de pistão único, na traseira. Na Scout, o sistema de freios ABS é sempre de série e atua em ambas as rodas.
A Indian quer aproveitar a crise para se instalar no Brasil e encarar a Harley-Davidson. Ela equipou a motocicleta com farol redondo, acabamento em preto e aro cromado, que reproduz o desenho original e ainda combina com outros elementos da motocicleta. O símbolo do tanque de 12,5 litros de capacidade e um moderno bocal aeronáutico — lembra o que era utilizado nas Scout da década de 1920.
Básico, o painel de instrumentos traz conta giros digital, hodômetro, luz indicadora de temperatura do motor e aviso de reserva de combustível. Tem tudo no facebook dela, divinha? Indian Motorcycle Brasil!