Quem nunca tomou saquê no copo quadrado (masu)? E o salzinho colocado na borda? Você devia estar achando que tava arrasando não é? Mas sabe porque ainda se coloca o sal? Para disfarçar a má qualidade da bebida que volta a ficar na moda novamente. Inúmeros restaurantes japoneses abriram aqui no bairro. O Benshui está para abrir as portas bem pertinho do Kaçuá. O Konomi Ai, do Eduardo, por exemplo, já nos serve com qualidade há quase 13 anos. Mas o que movimentou esse mercado de japas foi a inauguração do Naga, no Village Mall no ano passado, que trouxe uma coleção de mais de 30 rótulos diferentes e inéditos por aqui.
Na verdade, não tem muito tempo que a bebida nipônica era usada para drinques leves e refrescantes, que utilizavam lichia, morango e maracujá. Não é à toa que o jogador Fred, do Fluminense, chegou a beber mais de 30 só numa noite! O que confesso, não acredito. Mas tava lá na conta. Bom, apesar dos críticos torcerem o nariz para as marcas mais tradicionais, nunca se fez tanto saquê bom e com a facilidade dos importados, pelas viagens, e que mesmo com o dólar em alta dá para tomar um bom saquê de vez em quando, ainda mais que está esfriando. Na época dos samurais, “comia-se” o saquê de hachi, direto de uma tigela. Na verdade, tudo era o resultado de uma receita com um tanto repulsiva: mascava-se o arroz para fermentá-lo com a saliva e depois cuspia-se em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de “Kuchikami no sake”, ou saquê mastigado na boca. Já na província de Hokkaido e em áreas rurais de Okinawa, os fãs da bebida encontraram outras maneiras de “purificar” esse processo, determinando que apenas as jovens mulheres virgens poderiam mastigar o arroz, pois elas eram consideradas representantes dos deuses aqui na terra. Logo não demorou, e a bebida produzida por elas foi batizada de “bijinshu”, saque de mulher bonita. E por incrível que pareça, essa prática sobreviveu até poucos séculos, mesmo após a adoção de técnicas mais modernas de fermentação.
Diz a lenda que a fermentação da bebida foi descoberta por acaso: “Certo dia, um cidadão desleixado esqueceu de tampar um tacho de arroz que cozinhara e o arroz acabou mofando. E como ele era realmente desleixado, esqueceu de jogar fora e só depois de alguns dias notou que havia ocorrido uma fermentação e o arroz então, transformara-se em uma deliciosa bebida, na verdade mais pastosa do que líquida. A total falta de cuidado do cidadão, acabou se transformando então, em um método e os produtores descobriram que o fungo que mofara o arroz era o responsável pelatransformação do amido em glicose e fermento. Logo, o fungo ganhou nome “kamutachi” e não demorou muito para que os produtores divulgassem que a bebida era “produzida pelos deuses”. É o vinho do arroz!!
O saquê está sofrendo o mesmo movimento que o boom do vinho. No Naga, tem garrafa (Oze)de R$ 590 ou R$ 90 , a dose!!No Empório SantaTherezinha(2498 8799) existem opções mais em conta como o Azuma Kirin, R$ 41 que tem linha premium e possui até 60 % do conteúdo do arroz. Aliás, é o grau de polimento que determina a qualidade da bebida – e tem e até o light, além do nacional (Jun Daiti), R$ 34,90 e o Silver R$ 79,90 (importado). Desde 1907, a Gekkeikan que produz esse saquê tem sido a fornecedora para a Casa Imperial japonesa, sendo o mais vendido no Japão e no mundo. O ideal é bebe-lo levemente frio, a 13 graus, ou levemente quente , a 40 graus. Agora não vá exagera na bebida por que a graduação alcoólica pode variar de 14 a 20 %. Não é à toa que a gente vê todo mundo alto depois de uma garrafa, menos o Fred do Fluminense. (risos)
E aí, se animaram ? Provem e nos envie suas experiências que tal? Tim tim!