A cena é corriqueira. Basta iniciar o engarrafamento ou até mesmo um tráfego intenso para as pistas do corredor TransOeste virarem alternativa para motoristas impacientes. Mas dessa vez nem era esse o motivo. Veja essa moto elétrica trafegando em plena luz do dia na Barra da Tijuca. O valor da multa por transitar na faixa exclusiva do BRT é de R$ 293,47 e o motorista ainda pode ganhar sete pontos na carteira. Mas ao que parece não pensou nisso. E acaba arriscando a própria vida.

Levantamento feito pela empresa da prefeitura Mobi-Rio, responsável por administrar o sistema BRT, mostra que este ano já foram registrados 58 acidentes nos 157,5 quilômetros de extensão dos quatro corredores exclusivos na cidade — uma média de duas colisões a cada três dias. No ano passado, foram 226 ocorrências.
A Mobi-Rio estima um gasto de R$ 110 mil nos últimos 15 meses para reparar os ônibus danificados nessas colisões, isso sem contar o tempo que os coletivos ficam fora de operação — que varia de um a quatro dias. Dos quatro BRTs, o Transcarioca aparece na estatística com a maior quantidade de batidas: 37 este ano. Em 2024, foram 103.

Além dos ônibus articulados, de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, só podem trafegar pelos corredores do BRT os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, ambulâncias, carros de polícia e veículos de fiscalização e operação de trânsito.