Coluna do Bem – Novembro de 2013

Coluna do Bem - novembro de 2013

Os alimentos orgânicos continuam a ganhar espaço, mas é difícil imaginar a vida sem os produtos industrializados, mais práticos e baratos. Vários ingredientes desses alimentos, porém, confundem o consumidor. Vamos citar alguns. O citrato de sódio, por exemplo, está presente no leite em caixinha, como estabilizante. Por sua vez, o fosfato tricálcico é usado em refrescos e sopas em pó, para evitar a presença deumidade. Já o benzoato de sódio serve como conservante em margarinas, molhos e sucos.

A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS defende esses aditivos utilizados em geral para aumentar a durabilidade do produto na prateleira, melhorar a aparência (como sabor, cor e odor), evitar reações provocadas pelo meio ambiente e por bactérias (conservando-os por mais tempo) ou facilitarem algumas etapas da produção industrial. Ou seja, torná-lo mais atrativo e prático para o consumidor. Entre os mais usados destacam-se os corantes, que podem ser naturais, como o cúrcuma, ou artificiais, como tartrazina (aparece nos rótulos como a sigla E102), sendo utilizados em refrigerantes e doces para dar a cor dos sabores que imitam. Merecem ser mencionados ainda os espessantes, que também surgem muitas vezes em forma de siglas (como o INS 466) e são empregados para engrossar caldos e tornar mais viscosos produtos como geleias e cremes e os conservantes, como o benzoato de sódio e o ácido sórbico, cujas funções são de evitar a ação demicrorganismos que podem deteriorar os alimentos, fazendo com que percam as suas características ou até mesmo se estraguem.

Pesquisadores da saúde apontam como danos causados por esses aditivos (palavras ainda mais amedrontadoras), a hipoglicemia, diarréia, diabetes, candidíase, alergias e até mesmo distúrbios no comportamento. Os conservantes, são tidos por muitos como os grandes vilões da alimentação industrial por terem ação bactericida e serem frequentemente associados a doenças como o câncer.
MAS, CALMA! Não podemos julgá-los apenas pelo palavrão que parecem ser, e sim, pelo que servem e o que realmente provocam. Ou podemos cair na armadilha de condenar o cloreto de sódio, que nada mais é que o nosso velho conhecido sal de cozinha. Aliás, esse é um bom exemplo para começarmos a refletir, pois ele toca num ponto importante e frequente na discussão sobre produtos industrializados: a quantidade.

“No Brasil, existe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, que é o órgão responsável porregulamentar e fiscalizar a utilização desses aditivos.” Ele também menciona o mito do “alimento com química”, e complementa: “Tudo é química; o sal de cozinha é o NaCl, bastante utilizado em nossa alimentação, mas que pode colaborar como uma das principais causas dehipertensão.  Ingerir alimentos como esses é muitas vezes necessário, mas a pessoa precisa ter controle quando for comprá-los e consumi-los, uma vez que o efeito pode ser cumulativo e prejudicial à saúde. Os nitratos que, por meio de ação microbiana ou no estômago podem se transformar em nitritos. O nitrito se une à amina (composto derivado da amônia presente no organismo) e formam as nitrosaminas, que são potencialmente cancerígenas. São encontrados em conservantes de alimentos como os embutidos e utilizados também para dar a cor vermelha às carnes. Mortadelas e salsichas podem conter nitrato.

A gordura vegetal hidrogenada conhecida hoje em dia como gordura trans é usada para dar mais consistência aos alimentosindustrializados, como biscoitos recheados e sorvetes, além de prolongar a sua vida útil. Em contrapartida, aumenta o risco de surgimento dedoenças como hipertensão arterial. Em meio a esse jogo de verdades é realmente muito difícil chegar a uma conclusão. Mesmo as pesquisas científicas são capazes de nos colocar em dúvida sobre o que é danoso e o que é saudável nessa nossa vida apressada, cheia decontradições. Além disso, basta lembrar que mesmo a ciência não é estática e está sempre em evolução – no caso dos alimentos, um exemplo “clássico” é o do azeite, que já foi tido como grande vilão, mas hoje é considerado um sinônimo de saúde. Outro caso, mais atual, é o da sacarina: antes crucificada pelos danos que lhe eram atribuídos, ela vem sendo absolvida por novos estudos que revelam que esse tipode adoçante artificial, quando adicionado à dieta em baixas concentrações, não é um fator de risco relevante para o desenvolvimento decânceres. Os ovos, por sua vez, que foram vilões por muito tempo, também aparecem em novas pesquisas como alimento rico e saudável, desde que, obviamente, não estejam embebidos em óleo quente. Vejam no site do jornal em www.jornaldorecreio.com.br a lista dos alimentosinsdustrializados bem honestos.

Opinem, mandem email pro jornal em jornaldorecreio@gmail.com. Até o próximo mês.


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