Degustando a Vida

Degustando a Vida – Agosto de 2012

Degustando a Vida - agosto de 2012

Com a chegada dos Jogos Olímpicos me veio a cabeça: será que tem vinho inglês? Não é curioso? A gente sempre ouviu sobre os vinhos franceses, americanos, brasileiros, australianos, argentinos, chilenos , mas  e na Grá-Bretanha tem videira? O que sabemos são os excelentes uísques escoceses e irlandeses, e vinho? Há cinquenta anos, o vinho inglês não passava de uma piada. Fazer vinho era para os muito excêntricos. Era bebido como uma curiosidade e frequentemente cuspido fora,” diz Richard Selley, professor de geologia no Imperial College, em Londres.  Por lá é feito desde que os romanos o importaram há 2 mil anos. Mas o declínio da produção começou no século 17, e ela praticamente desapareceu depois da Primeira Guerra. O clima frio e chuvoso da Inglaterra não fornece o número suficiente de dias mais quentes e luz do sol que mesmo as uvas mais resistentes ao frio precisam para amadurecer apropriadamente e serem transformadas em um produto comercial. A temperatura no sul da ilha subiu e os vinhos voltaram a aparecer.

Com a melhora do clima, do tempo,  voltou a  produção, que inicialmente é voltada para o consumo interno. Mas muita gente já se surpreendeu com os resultados, principalmente os espumantes e qualidade de alguns brancos. O gerente de uma das maiores produtoras do país, Denbies Wine Estate disse que boas frutas foram plantadas em 2010 e a Denbies está antecipando um futuro ainda mais quente, contrariando as estatísticas que apontam menos de 100 horas de sol por ano na região. Neste mesmo ano plantaram sete acres de Sauvignon Blanc, uma uva originária da região mais quente de Bordeaux, na França. Vem coisa boa por aí. O que se houve mesmo é que são brancos com aromas sulfurosos e nos tintos, a acidez , como seria de esperar, descompensada.

O setor de espumantes é o que tem recebido mais atenção, pois as condições climáticas de regiões como East Sussex, condado nos arredores de Londres são propícias para as três principais uvas envolvidas na fabricação de champanhes e afins – Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. A produção geral ainda é modesta (500 mil garrafas por ano) e o Reino Unido precisa importar pelo menos 100 milhões de garrafas para saciar a sede do mercado local. Em suas mais diversas variedades, o vinho tem ganhado cada vez mais espaço na vida e nas mesas dos britânicos, em detrimento de bebidas mais tradicionalmente associadas aos súditos da rainha Elizabeth II como a cerveja e o uísque. No site da maior produtora da terra da Rainha dá para para ver mais sobre a região e seus vinhos. Se você for para lá, trás uma garrafa para mim? http://www.denbies.co.uk/ Até mês que vem e Tim tim!


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