Degustando a Vida

Degustando a Vida – Novembro de 2011

Degustando a Vida - novembro de 2011

Rosé!!! “A cor do Verão”.

Os vinhos rosè foram por muitos anos subestimados por produtores e consumidores. Muitos os consideravam uma categoria de vinho sem identidade definida. Essa imagem, completamente equivocada mudou muito e hoje, apesar da produção ser menor que dos tintos e brancos, é o que tem maior incremento no consumo. Diferente do que muitos acham, o rosè produzido na União Européia, sem ser espumante não é feito a partir da mistura de vinho branco com vinho tinto.

A maioria deles são feitos com uvas tintas como Pinot Noir, Gamay e Grenache. O processo de produção é muito parecido com o do vinho tinto – no qual a casca da uva permanece nos primeiros dias de fermentação para dar cor ao vinho. Para os rosès, elas são retiradas quando a cor e as características desejadas são alcançadas, e depois disso, o resto da fermentação ocorre como a dos vinhos brancos. Os vinhos rose têm a estrutura parecida com a dos vinhos tintos, mas são menos tânicos e têm o frescor dos vinhos brancos. Devido a essas características, no geral, não são adequados para o envelhecimento em garrafa e são melhores quando consumidos no prazo de dois anos após a safra. O país produtor que tem a mais longa tradição e grande produção de vinhos rose é, certamente, França. Várias regiões produzem este tipo de vinho, mas algumas merecem destaque:

Raramente eles são fermentados em recipientes de madeira e a mesma consideração se aplica ao processo de armazenamento antes do engarrafamento. algumas merecem destaque:

Provence
A grande maioria dos franceses vem da Provence – 88% das bebidas dessa região são rosè. Dentre as variedades de uvas utilizadas estão as tintas Grenache e Cinsalt. Das denominações produtoras, a mais conhecida é a Côtes de Provence. Lá eles fazem um vinho mais seco e frutado, que são ótimos como aperitivo, para acompanhar uma salada ou um prato típico do Mediterrâneo.
Outra denominação que merece destaque é Bandol, que faz um rosè mais encorpado e apimentado, produzido com uvas Mourvèdre, Cinsault e Grenache, e que se adapta muito bem a comida condimentada.

Vale do Loire
No lado oeste do Vale do Loire é produzido o Rose d´Anjou, que representa metade da produção dos vinhos do lugar. Ele é feito com uvas Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Grolleau. É um vinho seco, frutado, com aromas delicados de flores e especiarias. Harmoniza bem com carnes grelhadas e embutidos.
No centro da região do Vale do Loire também produzem outro tipo interessante de vinho rosè, a AOC(Appellation d´Origine Contrôlée) Touraine, feito com uvas Gamay, Cabernet Franc, Pinot Noir, Malbec ePineau. O vinho resultante dependerá principalmente da mistura de uvas utilizadas, que pode gerar de roses frescos, frutados e delicados, a picantes e complexos.

Vale do Rhône
Situado nas melhores terras no sul do Rhône, está Tavel, a única AOC que se recusou a produzir vinhos tintos e brancos e permaneceu fiel a sua especialização secular, o vinho rose. Ele é feito principalmente com uvas Grenache e Cinsault que geram um vinho rose muito seco, encorpado, com boa persistência gustativa e aromas requintados e complexos, com notas de flores, frutas, mel e especiarias. O Tavel é um dos vinhos rose mais antigos e famosos produzidos na França, tanto que era um dos favoritos de Luis XIV e de Honoré de Balzac.

Languedoc Roussillon
Situada no sul da França, Languedoc Roussillon, a maior área de vinhedos do planeta, vem produzindo vinhos rose muito interessantes. Dentre as várias denominações da região, vale a pena citar: Coteaux du Languedoc e Côtes du Roussillon.

Coteaux du Languedoc tem uma longa história em termos de vitivinicultura e é uma das regiões vinícolas mais antigas na França. Atualmente produz vinhos rose delicados e agradáveis, com notas florais e de frutas vermelhas. As uvas utilizadas podem ser Carignan, Grenache, Syrah e Cinsault.

Em Côtes du Roussillon, as uvas utilizadas para os rose são Carignan, Cinsault, Grenache, Syrah eMourvedre. O resultado são vinhos elegantes, bastante intensos, com final longo e notas de frutas vermelhas. Pela sua estrutura, podem ser servidos como acompanhamento de carnes vermelhas.

Nem todo ano temos roses de qualidade, pois em anos muito quentes (hoje é bastante comum) resultam vinhos alcoólicos com pouca acidez (vinho desarmônico) características indesejáveis, pois o que queremos é um vinho frutado, elegante e fresco.

Os vinhos rosados estão melhorando de qualidade e por esse motivo, atualmente há um maior interesse por esse vinho a nível mundial, havendo no mercado opções de ótima qualidade, propostas interessantes e convidativas, em especial nestes dias de calor.

Um ótimo mês a vocês e ótimos vinhos!!!


Publicidade