MARCELO BONFÁ: LANÇA PERFEIÇÃO NA REGIÃO

Matérias - outubro de 2014

BONFASITE2A paixão pelos desenhos, arquitetura, gastronomia e o rock sempre povoaram seus sonhos e fizeram parte da sua vida. O ex-Legião Marcelo Augusto Bonfá está prestes a completar 50 anos em janeiro com cara de menino e com a chama empreendedora acesa. Paulista de Itapira e adotado pelas praias do Rio de Janeiro, Marcelo Bonfá enquanto não se apresenta com sua banda Corações Perfeitos  dedica boa parte de seu tempo a sua nova paixão: a cachaça. Não é qualquer cachaça, e sim, a sua PERFEIÇÃO, nome dado ao meu primeiro produto criado e produzido em sua fazenda em Santo Antônio do Rio Grande , uma pequena cidade no sul de Minas Gerais.
Desde as dificuldades que enfrenta na burocracia que um pequeno produtor passa para comercializar esse tipo de destilado até o desenvolvimento da marca, distribuição e divulgação do produto, nada escapa aos olhos de Marcelo Bonfá. Reservado, porém , firme em suas convicções, ele mesmo diz que nada em que se dedicou na vida não foi baseado em seus princípios e no que sempre acreditou em ser o caminho correto. Cultivada e fabricada de forma orgânica, Marcelo contou todo o processo da CACHAÇA PERFEIÇÃO , da importância com o meio ambiente e no ciclo sustentável em que se passa, desde o cultivo, passando pelo processo de fermentação num alambique de alto padrão até a adubagem do solo com o próprio resíduo deixado no fim da produção.
Paralelo a isso, segue surfando as ondas da região, tocando seus projetos musicais com sua banda e atento ao poder judiciário na expectativa de poder trabalhar em paz a marca LEGIÃO URBANA  que criou e ganhou os corações dos brasileiros junto com seus amigos DADO VILLA LOBOS o poeta RENATO RUSSO. Dado e Bonfá travam na justiça um luta pelo direito da marca e a memória do grupo   que criou em Brasília. Hoje, os herdeiros de Renato Russo, com o filho Giulliano Manfredinni , é quem administra a marca LEGIÃO URBANA.
Bonfá  que está há quase 30 anos na região vai nos deixar e se mudar para a Lagoa e se puder vender o carro. Não aguenta mais os engarrafamentos do Rio. Num papo bem descontraído na loja MUNDO VERDE  do Shopping MAP , o baterista e agora “Cachaceiro” nos recebeu numa conversa bem animada regada a sucos de frutas vermelhas:

1) Marcelo , você depois de embalar multidões de jovens, porque a Legião parece cada vez mais viva? Porque você acha que as músicas ultrapassaram o tempo e gerações?
R: A banda sempre teve muita afinidade entre os integrantes. Isso é muito importante. A gente se conectava. Começou  por causa do movimento punk. Sabe aquela história do faça você mesmo? Então, o rock and roll é assim mesmo. Nos anos 80, a gente tava voltado para isso, para a contestação. Tínhamos  17 /18 anos. Você  tá afim de ….ser um contestador de tudo que está ao seu redor. E o cenário era apropriado. A geração anterior a nossa tava meio engasgada e sem voz para gritar.  É aí que o rock entra. E os poetas do rock  apareceram nesse momento!
2) Muitas das músicas da Legião não tocaram no rádio e foram sucesso? Como ?
R: As músicas eram simples  na sua concepção e na sua execução. Melodias boas e fortes. Quem consumia música naquela época, os que compravam os discos, era a classe média, a formadora de opinião, quem tinha o poder aquisitivo. E essa galera ouvia   todas as músicas e não somente as que estavam tocando nas rádios. Eles prestavam  atenção nas mensagens. E   tinha  muito do popular e do folk ali.  Hoje não é mais. É tudo virtual. Os governos conseguiram achatar as classes e colocou todo mundo num bolo só.
3) Você acompanha alguma banda de rock hoje?
R: Olha…..eu ouço muita rádio na internet-  tem uma rádio de uma universidade de Nova York WFUV 97 (o site é esse www.wfuv.org/)Toca só coisa legal, entre  canções novas e até mais atuais. Um barato!  Ali, ouço XDC e grupos como Artic Monkeys…Aliás, quando eu gosto, colo no meu desktop para ouvir depois.
4) Vocês se reuniam aonde?
R: Passamos por vários momentos. Em Brasília, era numa sala, numa loja , depois um estudiozinho… No Rio, ficávamos muito na gravadora(EMI  Odeon em Botafogo que mantinha seus estúdios na Mena Barreto- hoje um conjunto residencial). Lá, era bacana com várias salas e equipamentos e técnicos à disposição.  E no  Rio… cada um morava num lugar: Renato,  em Ipanema,  Dado, na Gávea, e eu, na Barra. Mas na Barra em 1986! Aqui não tinha nada e eu queria sossego! Foi perfeito. Aqui tinha uma identidade com Brasília,  céu aberto e  sempre fui ligado a água, ao mar, entende? Faço natação até hoje e surfo quando posso. Já peguei várias ondas no Quebra Mar, na Reserva e na Macumba! (recordando com ar pensativo)
5)Você viu os filmes “SOMOS TÃO JOVENS”  e o “FAROESTE CABOCLO”?
R: Eu gostei muito do filme. Se bem que entro mudo e saio calado. Isso é bem perigoso porque o mundo passa a ser aquilo, né? Apesar  do filme ser bem legal, a realidade foi bem diferente do mostrado. Até por que aquilo foi ficção.  Os detalhes fazem a diferença. Olha, nunca toquei numa banda que tinha menina no vocal. E que nome era aquele? Ele até editou isso. Prefiro acreditar na liberdade poética do diretor. Mas ficou muito legal. Aprovamos.
6)Existe algum material inédito da Legião?
R: Não. Nada que merecesse  uma atenção especial. Existe umas coisinhas, mas daria muito trabalho de refazer. Se bem que pro fã  tudo é relevante. Estou distante disso nesse momento.
7)Por causa da briga pela marca junto ao filho do Renato, Giulliano Manfredinni?
R: Hummm (pausa).. também. Posso falar sem problemas. O juiz é que vai decidir.
8) A exposição dessa briga judicial no Fantástico atrapalhou?
R:Até explicou uns pontos importantes. É muito duro alguém tão jovem querer  administrar sua história… Quem viveu duro alguém tão jovem querer  administrar sua história… Quem viveu aquilo foram eu, DADO e RENATO (Russo) e mais ninguém.

09) Os rockeiros sempre levaram fama de pinguços, e agora você está lançando uma cachaça, posso te chamar de cachaceiro?
R: Bom, poder pode. Se bem que tira os bateristas aí dessa classe dos pinguços, porque cachaça, bateria e coordenação motora não combinam muito.(risos) Mas é cachaceiro mesmo. Quem faz sapato, não é sapateiro? Isso ainda não é uma cultura ainda reconhecida, mas já está mudando porque é muito rica.  Reflete a cultura brasileira, seus costumes, sua história e está ganhando qualidade. Mas precisa de investimento. Não é algo barato. O FHC teve uma visão bem importante para o produto ganhar esse status. Uma normatização, um produto nosso que foi definido como um destilado feito do mosto fermentado da cana-de-açúcar e tem que ficar entre 38 e 48 graus de teor alcoólico e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura. O problema é que a parte tributária e fiscal é injusta,  impede que o valor final fique acessível a todos. Hoje, a cachaça PERFEIÇÃO  sai a R$ 160 a branca e R$ 180 a de carvalho premium, garrafa de 750 ml – (a venda no sitewww.cachacaperfeicao.com.br). É para quem dá valor a produtos de qualidade. Em razão do meu terroir, me proporciona uma cachaça de qualidade. Estou a 1 300 metros acima do nível do mar- num micro-clima de altitude. É raríssimo ter cana em serra assim.. Tenho um canavial adaptado lá há muitos anos. Ele não teve melhoramento genético;  encontrei lá e cuidei simplesmente. Não tem intervenção minha e possuo um alambique com tecnologia de ponta que proporciona produzir 3 mil litros por ano. O aroma é  sem igual e a trato de forma orgânica. Não é atacada por insetos e uso como se fosse uma horta. A terra é  totalmente sustentável. Você pega a cana, moe e o bagaço você joga na fornalha que aquece a panela de destilagem. O vinhoto, a sobra liquida  de indesejados  vira adubo  e inseticida, fechando o ciclo. A safra de 2012 já tem engarrafadas da pura 2000 unidades  e  mais duas mil do blend no carvalho de  4 anos de envelhecimento. Isso, com a ajuda do ENSSEY NETO, o co-responsável pela produção. .
10) Porque Perfeição, por causa da música da LEGIÃO?
R: Mais ou menos. Os pequenos produtores quando terminam o processo batizam as cachaças de MAGNÍFICAS, FABULOSAS, é meio alterego, né? Mas brinco que todas podem ser isso, mas a minha é a Perfeição (risos)
11) E a garrafa parece de espumante, porque?
R: A garrafa de espumante é pesada,  dá conotação de bebida tradicional, antiga, da Europa. Antes de pensarmos em ser alguém esse povo já existia. A intenção é remeter ao tradicional, ao que é nobre. Te remete ao um navio pirata, clássica e a garrafa é escura para proteger dos raios solares e não influir no sabor e preservar as propriedades da bebida. O rótulo mistura minha paixão pelo rock, uma tatuagem. Digo que ela é tão boa que você bebe 180 Km na curva e não capota, bebe aí?! É igual a um Single Malt(whiskies de um blend somente), entende? Ela é feita do caldo da cana e suas leveduras que estão no ar. Os espíritos de frente para a  cachoeira. Não uso fermento industrial. Não é à toa que existem nos Estados Unidos as bebidas  Spirits.

12) Onde se encontra a PERFEIÇÃO?
R: Nos restaurantes DUO, no .ORG, no quiosque do Quebra Mar, o MaiaLina, e no site da cachaça. Veja abaixo

SERVIÇO:
www.marcelobonfa.com.br
www.cachacaperfeicao.com.br
contato@cachacaperfeicao.com.br

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1 comentário

  • Ilvania Maria disse:

    Obrigado, suas dicas me ajudaram muito…
    Já salvei o site nos favoritos para acompanhar de pertinho hehe
    beijos


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