Com as ‘cinzas’ do fim da folia oficial chegaram um mar de gigogas e lixo na orla da Barra e parte do Recreio. Segundo informações da Comlurb já recolheu 118 toneladas da planta na Praia da Barra.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que as plantas não causam mal à saúde.
O biólogo Mario Moscatelli afirma em sua rede social que as plantas trazem muito lixo e podem conter materiais perigosos, como pedaços de vidro. No facebook ele até postou uma matéria de O Globo de junho de 2019 mostrando esse mesmo problema. Na terça-feira, uma cobra foi encontrada entre as plantas.
As gigogas, que se proliferam rapidamente quando há despejo de esgoto, alcançaram a praia por conta das chuvas e dos ventos dos últimos dias. Quem mora na região diz que o volume de plantas aumentou drasticamente.. A única ecobarreira das lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá e de Marapendi não foi suficiente, e, apesar do esforço de garis, ontem elas continuavam avançando por canais e tomando a areia. Mas ela fica na região do Itanhangá. Porém no canal Rio Morto existe essa barreira.
— Na maré baixa, se não houver uma barreira eficiente para segurar essas plantas nas lagoas, elas chegam à orla da Barra. E, dependendo da quantidade, podem atingir também as praias da Zona Sul. Infelizmente, não podemos dizer que se trata de uma situação nova para a cidade — disse o biólogo Mario Moscatelli, especialista nos ecossistemas da região. — Desta vez, o que mais me impressionou foi a enorme quantidade de lixo misturado às gigogas. É um perigo para os banhistas porque há de tudo, até agulhas, seringas e cacos de vidro, co,mentou o biólogo na matéria de 2019.
Portanto, nada mudou.
A despoluição do complexo lagunar de Jacarepaguá fazia parte do caderno de encargos dos Jogos Olímpicos. No entanto, o projeto, que foi orçado em R$ 673 milhões e tinha como um de seus objetivos a dragagem de 5,7 milhões de metros cúbicos de dejetos (quantidade suficiente para encher sete Maracanãs), acabou sendo abandonado.
Por Guilherme Pereira