Qual a solução? Bom senso.

Novos Rumos - março de 2018

Se há algo de bom na torpeza e vilania do Lula ao ressuscitar seu ranço contra quem trabalha e seu esforço em dividir a sociedade brasileira foi o afloramento de discussões e análises cada vez maiores quanto ao melhor caminho político para o Brasil. Mas qual o conteúdo das discussões tão acaloradas quanto às virtudes da direita ou da esquerda? Há profundidade e substância nos argumentos?
O INTERESSE COMUM NA DIGNIDADE HUMANA
Acredito que a principal ideia por trás das posições políticas é que em geral as pessoas estão convencidas de que sabem o que é melhor para a nossa sociedade, em última análise; o que é bom para o ser humano. Preocupado com esse intrigante aspecto subjacente, e tendo visitado alguns rincões ao redor do mundo, há alguns anos procurei sintetizar como vejo o que seria um resumo das aspirações e necessidades humanas. Minha preocupação resultou num gráfico onde sintetizo o principal objetivo do Homem universal, uma vida digna para todos. Coloquei-o no topo de uma pirâmide, apoiado pelo interesse motivacional em atingi-lo, o qual por sua vez depende de um suporte físico e racional atento a cada elemento de nossos objetivos do cotidiano. Logo, a base contém os detalhes do que necessitamos, que suportam a nossa motivação essencial, o substrato de nosso ego, que atendido teremos alcançado a dignidade.
Mas na busca dessa dignidade, quem pode afirmar o que é ou não é do interesse de cada um de nós? Para confirmar o que havia disposto na base da pirâmide, esmiucei em mais detalhes aquilo que acredito ser essencial à nossa existência, o qual uma vez atendido caracteriza uma vida digna. Minhas conclusões estão dispostas na tabela seguinte, onde naturalmente não são aplicáveis os anseios decorrentes de situações excepcionais como graves distúrbios mentais ou emocionais, como esquizofrenia, autismo, depressão, TOC e etc.
Então, qual o modelo que permite ou facilita a busca da dignidade humana?
Para responder a essa regra temos que fazê-lo, claro, a partir de princípios morais, sendo importante reconhecer e considerar que tais princípios decorrem do processo evolutivo da sociedade, que nos impõe o respeito ao espaço, a liberdade e os direitos dos outros. Quem os infringe são considerados criminosos, pois contrariam a ideia das regras que nos interligam.
Ocorre que há quem avalie que todo ser humano é igual ao outro em suas aspirações e potencialidades. É aqui um dos grandes problemas, porque isso não é e nem pode ser verdade. Cada individuo, apesar de seu desejo por dignidade ser idêntico aos dos demais (em geral), seu nível de dedicação, seu senso de compartimento com sua própria evolução e mesmo a sua competência mental é diferente de pessoa a pessoa. Então, quando alguém imagina que todos devam usufruir do mesmo grau de conforto decorrente do atendimento dos bens materiais que a remuneração pelo trabalho concede, isso não apenas é errado como é uma distorção inadmissível. Essa é a base do pensamento da esquerda, a tendência a uniformizar as condições de vida das pessoas.


Ainda que se insista que o ser humano mereça coisas boas, e eu concordo, há um problema matemático básico: é preciso que a riqueza gerada seja distribuída de forma igualitária entre as pessoas. Aqui há dois problemas: o primeiro é que mesmo que se divida o total dos bilhões nas mãos dos mais ricos do mundo, isso não afetara em nada a vida de ninguém, US$ 143 por pessoa. O segundo, e mais importante, é que o espirito empreendedor, a ambição daqueles que querem fazer diferente, não teria valor algum. Se estamos nesse momento em laptops, celulares, carros, casas, roupas, comida ou qualquer item de sobrevivência moderna, deriva do esforço de pessoas que quiseram um dia empreender; se alguém tem interesse em que essa pessoa não se destaque em ganho e/ou prestigio está eliminando os agentes que fazem o mundo funcionar e, portanto, merecem todo o nosso respeito e apoio social.
Uma maneira alternativa de fazer a mesma coisa é querer que o Estado absorva o máximo de riqueza dos empreendedores (na forma de tributos) na esperança de distribuição desses recursos. Novamente, a conta não fecha e ainda temos um custo adicional pela incompetência dos perdulários do governo, além da corja de corruptos que o habita.

Esse é o pensamento de esquerda, e ele não faz as contas corretamente.
No outro oposto, temos o pessoal da direita, que enxerga essas contas com muita clareza e adota uma postura rígida quanto à capacidade de cada um estabelecer o seu destino sem que dependa do Estado.
Um pensamento realmente funcional, só não pode esquecer dos incapacitados. Particularmente sei que não são esquecidos, mas se essa sensibilidade não aflorar a todos temos o risco de não sermos compreendidos pela população. E aí nunca se chega ao poder.
Qual a solução? Bom senso.

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